Admin On terça-feira, 27 de setembro de 2011 2 Comments

Gênero: Rpg
Ano: 1993
Fabricante: Enix Almanic
Original. É assim que E.V.O. começa e termina. Com uma originalidade extrema e uma temática diferente da convencional. Desenvolvido pela Enix em parceria com a empresa Almanic e sob a coordenação de Koichi Sugiyama (responsável pela trilha sonora de todos os jogos da série Dragon Quest, de grandes parte dos games de sucesso da Enix e de muitos jogos que possuem uma qualidade sonora extrema, pois ele foi responsável, é claro), o jogo foi lançado em 1993 para o Super Nintendo em um simples cartucho. Quem diria que este pequenino cartucho faria tamanho sucesso no oriente, motivo pela qual levou os norte-americanos à trazer o jogo para o ocidente, para a nossa alegria.

O início de E.V.O. (a apresentação, antes mesmo da tela New Game/Continue) nos remete a própria história de nosso sistema solar, porém, com leves e viajadas mudanças. Para começar, o Sol teria criado nove planetas filhos (na verdade foi uma explosão que gerou estrelas, nebulosas, e fragmentos, sendo que partes destes fragmentos incorporaram ao campo gravitacional forte destas estrelas, formando assim um sistema solar – eu espero que esteja devidamente correta a minha explicação), há 4,6 bilhões de anos atrás, sendo o terceiro planeta conhecido por Gaia (o nosso planeta Terra!). Neste contexto, o Sol oferece a sua filha favorita a oportunidade de ter “vida” em sua superfície a cada 1 bilhão de anos, e que esta deveria passar por desafios que testarão suas capacidades de adaptação, até alcançar um estágio superior e vencer as dificuldades. Esta é a lei que rege o mundo, a sobrevivência do adaptável (“The Survival of the Fittest”, palavras do próprio Sol). No caso, o estágio mais avançado destas adaptações seria o Homo sapiens (até porquê, nada sabemos sobre o que vamos nos tornar no futuro). Quando esta “vida” atingir o estágio mais avançado e tiver obtido sucesso em todos os desafios de sua jornada, poderá entrar em Eden e fazer companhia à Gaia.

Feita a introdução do game em uma animação que mais parece meu planetário de bolinhas de isopor da quarta série (é claro que no meu planetário, eu pintei o isopor retangular base completamente de preto, pois tinta guaxe é cara, e as bolinhas não tinham detalhes como por exemplo a coroa solar do Sol (duh, de quem mais seria? da Lua?), eram apenas simplórias bolinhas coloridas), sua jornada deve começar… do nível mais baixo. Você começa como um peixe que tem um oceano inteiro para percorrer, em uma época em que a Terra ainda não tinha terra e o mar era absoluto. Como na nossa história, o peixe alça novos horizontes, evolui e consegue respirar oxigênio, se tornando um anfíbio (não é o fato de respirar oxigênio que o faz anfíbio, mas uma série de mudanças, sendo esta, a principal de todas) e acaba por habitar e dominar as terras recém formadas de nosso querido planeta. Após seu reinado, os anfíbios acabam indo mais além e se tornam répteis. Os répteis se diversificam tanto que chegam a ser comparáveis aos insetos (dez mil e lá vai mosquinha para você contar, hehehe), sendo onívoros, herbívoros e carnívoros, quadrúpedes e bípedes, verdes, azuis, amarelos… (er… na verdade a cor não foi descoberta até hoje, mas com certeza alguns deles eram verdes!).

Os répteis (ou eu deveria dizer, dinossauros? Afinal, nesta época quase todos os répteis eram dinossauros) vivem um dos maiores trechos da história da Terra que se estende por centenas de milhões de anos, mas é destruído por um simples meteoro (apesar de que ainda sobraram alguns répteis para contar a história do dia do julgamento!). Os resultados da queda do meteoro são, *literalmente*, catastróficas. Fora os répteis que morreram no momento do impacto, existem aqueles que foram vítimas das conseqüências da queda do meteoro, como os dinossauros apedrejados (não, eles não faziam parte da cultura islâmica, são apenas os restos do meteoro, sejam aqueles que se desprenderem no momento em que este entrou na atmosfera, ou sejam aqueles que explodiram como pipocas quando o meteoro caiu na terra), ou os dinossauros que ficaram sem ter o que comer (camada de poeira na atmosfera > plantas morrem > animais herbívoros morrem > animais carnívoros morrem), ou ainda aqueles que morreram de frio com a primeira era glacial, devido ao seu sangue não ser quente. Mesmo com essa tragédia, alguns conseguiram resistir. São os dinossauros que se tornaram animais de sangue quente, ou melhor dizendo, as aves. Ao lado das aves não existia nenhum predador, a não ser os mamíferos de sangue quente. O que nós, humanos, somos? Mamíferos oras! E foram de simples ratos que evoluímos, atingindo o estágio de macaco primitivo e enfim, o Homo sapiens.

Este trecho compreende à nossa história (viram, eu também sei Biologia :P ), mas dentro da história de E.V.O., como disse anteriormente, temos uma versão diferente. Em momentos do jogo você verá que existem influências externas no ciclo da evolução, quando surgiram espécies extremamente fortes e muito superiores às atuais, muitas vezes quebrando o ciclo de equilíbrio e hierarquia perante espécie para com espécie, como o Lorde Rogon no reino das Baleias, ou o Yeti na era do gelo, ou o próprio Blobox, nos momentos finais do game. Mais detalhes você verá ao final do game, afinal, não quero estragar sua surpresa. :D

Os gráficos de E.V.O. são bons, mas não são nada surpreendentes. O que se destaca é a atenção quanto aos detalhes e a quantidade e variedade destes. A começar pelos cenários que apresentam uma visão próxima de como eram os habitats e localidades da época (claro que nem os cientistas têm uma visão 100% idêntica de como era exatamente, até porque não a presenciaram, mas é fiel de acordo com as constatações e estudos realizados até hoje). Todos os cenários têm temas de acordo com a era, a fase e momento em que você está. Por exemplo, no início do game você não vê muita vegetação, até porque as plantas sequer existiam (eram apenas simples algas marinhas…), porém, conforme você muda de era, estas evoluem, se multiplicam e acabam por preencher o mundo e conseqüentemente os cenários do game, nos trazendo uma flora tão rica quanto a fauna e cenários mais detalhados. Há ocasiões especiais em que animações e cenários diferentes serão mostrados, como por exemplo, quando ocorre a queda do meteoro na Terra, durante a era dos répteis.

Aproveitando que comentei a fauna, nada melhor do que comentar este aspecto tão explorado em que E.V.O. se destaca (também, se não o fizesse seria uma decepção! o game gira em torno disto!), que são os animais que controlamos. Como disse, temos a oportunidade de evoluir as partes de cada animal e, conforme combinamos essas mudanças, obtemos um animal diferente. São essas combinações que nos permitem ter um animal totalmente configurável e muito diferente em relação a uma outra combinação de partes. E isso você não vê só em um grupo, mas sim em todos. Nos peixes você terá uma certa quantidade de combinações, e até chegar no estágio de Homo sapiens, você verá muitas delas, aumentando a cada fase que você passa para uma infinidade de combinações e uma seleta variação de estilos de acordo com o seu gosto e interesse. Além das combinações possíveis de nós criarmos, ainda existem os animais que complementam sua aventura, sejam inimigos, ou amigos (a maior parte é inimiga, acredite em mim) e que são os mais bem retratados, idênticos aos animais da época (vai me dizer que os animais que você pode se tornar não são meio… diferentes?), como Brachiossaurus, Mamutes, Tigres-Dente-de-Sabre, etc.

As animações do game não são muitas (estou me referindo as animações em jogo, como ataques, por exemplo), se limitando aos movimentos executados. Peguem leve com E.V.O…. estamos falando de um game bidimensional, o personagem se torna um tanto quanto limitado. Já os breves momentos de narração (agora sim estou me referindo as animações ao estilo das CGs e FMVs atuais!) se limitam à apresentação e as chamadas entre uma fase e outra. Até o final que deveria ser fenomenal, se limita à apenas alguns diálogos e uma revisão do game (eu ODEIO games que têm como final esta revisão do jogo, os melhores momentos e etc… o que interessa é algo novo! não fechei o game para ver coisas que eu já fiz!). Mas pensem bem… que revelação E.V.O. poderia ter? Bem, há algumas, mas para vê-las você vai precisar jogar né?

Se há um aspecto em todo o jogo que se destaca é a jogabilidade! Esta é o pilar de sustentação de E.V.O. e sem ela não só não jogaríamos (como em qualquer game) como também a temática seria pisoteada e o jogo perderia o sentido. Não vejo outra maneira que a história de E.V.O. possa existir sem uma jogabilidade desenvolvida da maneira que foi. O sistema de E.V.O. se baseia em evolução. Você começa como um peixe, o primórdio dos animais complexos (mas ainda assim, simplórios) e através das fases que passar você se torna anfíbio, réptil, mamífero e homem. Antes de evoluirmos de classe para classe, temos que evoluir dentro da nossa própria classe. Independente de qual for, você terá a oportunidade de desenvolver cada um dos segmentos corporais de seu animal, que variam entre mandíbulas, pescoço, patas, corpo, chifres, etc. Existem apenas três maneiras de conseguirmos essas mudanças corporais, e elas são: conquistando E.V.O. Points e “comprando” as partes desejadas; conseguindo Red Crystals; e mudando de ambiente. Em grau de importância, abaixo segue a explicação para cada uma.

Através das mudanças de ambiente, este tópico das mudanças no corpo de seu animal se baseia se ele é aquático ou não. Quando você passar por uma área com água, por exemplo, haverá a mudança evolucionária e o animal se tornará aquático, permitindo que ele atravesse e explore os oceanos e mares. Através dos Red Crystals, não mudamos apenas uma parte, mas sim todo o animal, mas por um tempo limitado. Com os Red Crystals podemos nos tornar animais que nunca poderíamos virar sem o auxílio destes, variando entre um Morcego, uma Enguia e outros mais. Já os E.V.O. Points, o principal de todos os três, você precisa conquistá-los. Como o nome já diz, os E.V.O. Points são pontos obtidos durante o game e com eles você poderá “comprar” as partes desejadas de seu animal e torná-lo cada vez mais adaptável.

Como todo RPG, você deve matar inimigos para conquistar Experiência (apesar de que em E.V.O. ela se parece com uma mistura da mesma com dinheiro…) e com certas quantidades de E.V.O. Points você vai lá no menu, seleciona a parte do corpo que deseja modificar, e em seqüência, finaliza ao selecionar quais mudanças dentre as tantas à sua escolha você quer efetuar. Falando nas mudanças, temos muitas mesmo! Você poderá ter mandíbulas Fierce Jaws, ou Rabbits Jaws, e por ai vai (isso inclui todos as outras partes do corpo). Algo que deve ser ressaltado é a dificuldade em se conseguir E.V.O. Points ao início de cada era e a facilidade de se consegui-los ao final destas. Isso acontece em todo game, mas é triste ver seu tempo sendo gasto para conseguir pagar por uma mudança que não valeu o tempo perdido. E, quando os E.V.O. Points vierem aos montes, você já estará completamente evoluído!

Antes de sair evoluindo seu animal, você precisará explorar o game, então vamos comentar a exploração de E.V.O.! Como em um jogo bidimensional, você deve mover seu personagem de um lado para o outro se interagindo com os objetos da tela, seja atacando os inimigos ou seja se alimentando de plantas e animais do cenário. A utilização do controle é simplificada, você movimenta com o D-Pad e em alguns instantes você já dominou o game (apesar de que ele muitas vezes se torna um Marlin e você passará algum tempo brigando, discutindo e chorando para que o controle responda quando você quer e o que você quer!) pois este se resume à poucas teclas: entrar no menu, atacar com a boca, se alimentar (atacar também serve para se alimentar) e atacar com a parte traseira (com a cauda, com as patas…).

E.V.O. não possui um sistema de batalha propriamente dito, pois este co-existe com o game e não muda nada em relação ao jogo, sendo que a maior parte do seu tempo você estará combatendo os inimigos. As maneiras de se combater um inimigo são as mais variadas possíveis e dependem diretamente do inimigo que você está combatendo e o animal que você está utilizando. Você poderá utilizar suas mandíbulas em quase todas as raças, a sua cauda em grande parte destas, os chifres ao executar uma corrida e até uma machadinha ao controlar um Homo sapiens (a propósito, está é a sua única maneira de atacar neste estágio!).

E.V.O. não apresenta uma dificuldade aceitável, você terá dor de cabeça poucas vezes se treinar/evoluir devidamente, porém, nas raras vezes que você encara um inimigo difícil (como a volta da Queen Bee) ou resistente (como o Blobox), estes costumam ser realmente fortes, ou seja, é oito ou oitenta.

A parte de sonora de E.V.O. funciona à maneira de muitos games e em geral, grande parte dos jogos da Enix, têm uma trilha sonora muito boa e os efeitos sonoros inexistentes ou decepcionantes.

Quem trabalhou na trilha sonora de E.V.O. foi Koichi Sugiyama, responsável pela trilha sonora de toda a série Dragon Quest e que foi capaz de nos trazer boas pérolas e recordações em E.V.O., como as músicas de chefe, de vitória, do “Ocean of Origin”, “Coast of Pangea”, e algumas mais peculiares e específicas, voltadas a uma raça apenas, como a música dedicada à Ikustega. E como disse ao começar a comentar a parte sonora, os efeitos sonoros são inexistentes, nulos, mal existem e estão definhando por não serem capazes de executar suas funções psico-motoras.

Como você deve ter percebido, E.V.O. trabalha com uma seriedade que beira o perfeccionismo quando estamos falando de história, nomenclatura e elementos que compõem a história e temática do jogo, como as localidades, espécies dos animais e o enredo. Para começar o jogo já segue a Biologia com leves mudanças na história, depois, temos uma vastidão de “equipamentos” que são baseados em espécies que realmente existiram.

Diversão? Sim, você terá muita enquanto jogar E.V.O., e bem, digamos que você vai jogar só uma certa quantidade de tempo. Diria que, se dedicando todos os dias ao game uma ou duas horas, você terá uma semana repleta de aventuras nos primórdios da nossa própria existência. O game já nos dá aquela motivação de se jogar mais, (principalmente quando a ação dos Cristais e a modificação no ciclo de evolução começam a dar seus primeiros sinais, e Gaia comenta que não sabe explicar como isso ocorre), agora some isso à vontade de ter o melhor e mais forte animal de todas as redondezas e você obterá o seguinte resultado: sede e mais sede de jogar até se acabar!

O replay de E.V.O. não necessita de comentários. É enorme! Você terá uma grande quantidade de animais para se transformar e uma infinidade de maneiras de se alcançar determinada combinação.

Que as minhas últimas palavras ressoem na sua mente: E.V.O. é diversão garantida, cultura em uma forma gostosa de se aprender e acima de tudo, um prato cheio para os RPGamers que querem um jogo simples mas bem legal.

Créditos Review: Spider

Download (rom em português): Clique Aqui!

2 comentários:

  1. Esse Jogo é bom de mais , eu zerei ele , é de+ recomendo que todos joguem ^^

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